Release 30º Encontro do Clube de Leitura Ler para Tecer – AEAMG

No dia 25 de janeiro de 2024, foi realizado, por videoconferência, o trigésimo encontro do CLUBE DE LEITURA LER PARA TECER AEA-MG.

O sol é para todos, romance da escritora estadunidense, Harper Lee, foi o livro lido pelos participantes do Clube de Leitura para ser discutido nesse encontro.

Sobre “O sol é para todos”

Um dos maiores clássicos da literatura mundial. O sol é para todos ganhou o Prêmio Pulitzer em 1961 e deu origem a um filme homônimo, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, em 1962. Lançado pela primeira vez em 1960, até hoje vende mais de um milhão de cópias por ano em língua inglesa. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.

A obra é narrada por uma menina de 6 anos, Scout, filha de Atticus Finch, um advogado de 52 anos que desafia o racismo visceral de sua cidadezinha no Alabama na década de 30 ao defender um negro falsamente acusado de estuprar uma menina branca. Atticus é um homem irretocável: íntegro, corajoso, sábio e tolerante e foi adorado desde o primeiro momento.

Uma história sobre raça e classe, inocência e justiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação, O sol é para todos permanece tão importante hoje quanto foi em sua primeira edição, em 1960, durante os anos turbulentos da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

Filme: em 1962, o livro foi adaptado para o cinema. O filme “O Sol é Para Todos” também foi um sucesso, com Gregory Peck no papel do advogado engajado Atticus Finch. Nomeado a oito estatuetas do Oscar, levou três: Melhor Ator para Gregory Peck, Melhor Roteiro e Melhor Direção de Arte. Foi também adaptado para o teatro em várias cidades e em Londres ganhou uma versão na Broadway.

A autora: Harper Lee

Nelle Harper Lee (1926-2016) nasceu em Monroeville, Estado do Alabama, Estados Unidos, onde passou a infância e a adolescência.

Harper Lee chegou a cursar Direito, para agradar a família, mas em 1949, com 23 anos, mudou-se para Nova Iorque, onde trabalhou em uma companhia aérea, época em que já escrevia os seus textos.

Em 1957, Lee apresentou o manuscrito de um romance sobre o racismo no sul dos Estados Unidos para a editora americana J.B. Lippincott & Co., mas foi aconselhada a refazer aquela história. Ela trabalhou por dois anos na mudança e em 1960 foi lançado “O Sol é Para Todos” que logo conquistou um sucesso comercial e de crítica. Vendeu mais de 40 milhões de cópias. O livro recebeu o Prêmio Pulitzer de Ficção em 1961.

Harper Lee teve vida reclusa. Ao longo da vida, a escritora deu poucas entrevistas e apareceu publicamente em raras ocasiões. Optou pela vida simples em sua cidade natal.

Quando perguntada sobre a razão de não escrever mais, Lee dizia: “Eu não encararia a pressão e o desgaste da divulgação que tive de aguentar com O Sol é Para Todos. Além disso, o que eu tinha para falar eu já disse e não direi de novo”.

Avessa à fama e ao assédio da imprensa, a escritora vivia longe dos holofotes em seu apartamento em Nova Iorque até sofrer um derrame cerebral em 2007, desde então, passou a viver em uma casa de idosos perto de sua cidade natal, Monroeville, no Alabama.

Em 2007, Harper Lee recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade e em 2010 recebeu a Medalha Nacional de Artes.

Durante 55 anos o primeiro manuscrito de O Sol É Para Todos, antes recusado pela editora, esteve guardado em um cofre. Alice, a irmã mais velha de Lee era a advogada e guardiã dos direitos autorais e da privacidade da irmã famosa. Após sua morte, a advogada Tonja Carte, que a substituiu, encontrou e divulgou os primeiros originais de Lee. Em 2015 foi publicado “Go Set a Watchman” que no Brasil recebeu o nome de “Vá, Coloque um Vigia” .

Trechos do romance: (copiados da edição: Harper Lee. O sol é para todos. (romance) trad. Beatriz Horta. Rio de Janeiro: José Olympio, 2021)

“– Em primeiro lugar Scout – ele disse -, se aprender um truque simples, vai se relacionar melhor com todo tipo de gente. Você só consegue entender uma pessoa de verdade quando vê as coisas do ponto de vista dela.

− É?

− Precisa se colocar no lugar dela e dar umas voltas.” p.43

“Scout, por causa da natureza da função que exerce, todo advogado assume pelo menos um caso que o afeta pessoalmente. Tenho a impressão de que esse é o meu. Você provavelmente vai ouvir coisas horríveis sobre isso na escola, então me faça um favor: levante a cabeça e abaixe os punhos. Não importa o que digam, não deixe que eles a façam perder o controle. Tente lutar com as ideias, para variar… mesmo que seja difícil.” p. 101

“Os senhores sabem a verdade: alguns negros mentem, alguns negros são imorais, alguns negros não merecem a confiança de ficar perto das mulheres, sejam elas brancas ou negras. Mas essa verdade se aplica à raça humana, sem distinção. ” p. 254

“− Atticus… − chamou Jem, desolado.

− Ele se virou, já na porta.

− O que foi, filho?

− Como eles puderam fazer isso? Como?

− Não sei, mas fizeram. Já fizeram isso antes, fizeram hoje e vão fazer de novo, e quando uma coisa assim acontece… parece que só as crianças choram. Boa noite.” p. 265

Comentário de um leitor do clube de leitura:

“O Sol é para Todos” se constitui num livro mágico sobre o racismo, o preconceito social, a injustiça, a infância, religião, família, valores sob o olhar vivo e questionador de uma garota, na cidade fictícia de Maycomb, Alabama, nos anos 30. Através de sua sensibilidade, vamos conhecendo os diversos tipos da pequena cidade e o julgamento de um caso que marcará a vida de seu pai, um advogado íntegro, do irmão dela, 4 anos mais velho, e de todos os habitantes do lugar. Uma narrativa que prende a atenção do leitor todo o tempo.” (Sebastião Aimone)

Para conhecer a autora:

https://www.youtube.com/watch?v=5A6q-BF-sGY

https://www.youtube.com/watch?v=Rh3W9_gRAU8

https://www.youtube.com/watch?v=wUW2u4_V78M

Próximos livros e data prevista para as discussões: