Clube de Leitura LER PARA TECER – Release 20º Encontro

Prezados(as) Associados(as)

No dia 30 de março de 2023 foi realizado, por videoconferência, o vigésimo encontro do Clube de Leitura LER PARA TECER AEA-MG.
 
“A manta do soldado”, da autora portuguesa Lídia Jorge, foi o livro lido pelos participantes do Clube de Leitura e discutido nesse encontro.
 
Sobre “A manta do soldado”
 
Em “A manta do soldado”,  Lídia Jorge retrata a vida e os costumes de Portugal da década de 50 à década de 80, através da narrativa de uma jovem da qual não sabemos o nome, que cresce nesse período, assiste e participa nas mudanças profundas que marcam a sua família e o país.  Ao mesmo tempo, a narradora procura no passado o que precisa para se reconciliar com o presente. Um dos temas centrais das obras de Lídia Jorge, a mulher e a sua solidão, é espelhado nesse livro.
“A manta do soldado”, lançado em Portugal, em 1998, com o título “O vale da Paixão”.
 
A autora: Lídia Jorge
 
Lígia Jorge nasceu em Boliqueime, concelho de Loulé, Algarve, Portugal, a 18 de Junho de 1946 e é conhecida como uma notável escritora portuguesa. É licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, tendo sido professora do Ensino Secundário. Viveu por alguns anos em Angola e Moçambique, durante o último período da Guerra Colonial. Atualmente, mora em Lisboa.A publicação do seu primeiro romance intitulado: “O Dia dos Prodígios”, em 1980, foi um importante marco, devido à nova fase que começava na literatura portuguesa. Lídia Jorge acompanhou essa mudança e publicou os romances:
“O Cais das Merendas”, “Notícia da Cidade Silvestre”, ambos foram distinguidos com o
Prémio Literário Município de Lisboa. Mas foi com “A Costa dos Murmúrios”, publicado em 1988, que Lídia Jorge melhor expressou a sua experiência colonial passada em África. Este romance terá destacado a autora no panorama das Letras portuguesas. Depois dos romances “A Última Dona” e o “O Jardim sem Limites”, publicados na década de 90, seguiu-se “A Casa da Imprensa”, que recebeu o Prêmio Máxima de Literatura e o Prêmio de Ficção do P.E.N. Clube. Em 1998, publicou “O vale da Paixão” que foi editado no Brasil com o título “A manta da soldado”. Recebeu diversos prêmios em Portugal e em outros países.
Outros livros publicados: “O Vento Assobiando nas Gruas”, “Estuário”, “O livro das tréguas” (poesias), “Em todos os sentidos”. Em 2022, publicou o romance “Misericórdia”. Os
romances de Lídia Jorge encontram-se traduzidos em diversas línguas.
 
Trechos transcritos da edição:
 
Lídia Jorge ( 1946). A manta do soldado. (romance). Rio de Janeiro: Record, 2003:
“O dono de Valmares achava que a sua casa era uma empresa sólida, uma unidade produção à semelhança dum estado, dirigindo-a como um governador poupado gere um estado. Em nome do aforro, da economia, da produção, em nome do futuro, de um futuro sério, avarento, unido, indivisível.” p. 44
“Durante os anos que se seguiram, eles tinham permitido que o tempo fosse desbotando, usando, transformando todos esses objetos em pedaços de coisas espalhadas pelo solo, assimiladas a ele, da mesma cor e substância. Mas ela queria dizer que havia objetos que não desapareciam, que apenas deixavam de ser matéria e de ter peso para passarem a ser lembrança. Passavam a ser fluido imaterial, a entrar e sair do corpo imaterial da pessoa, a incorporar-se na circulação do sangue e nas cavernas da memória, para aí ficarem alojados no fundo da vida, persistindo ao lado dela.” p. 37
“Sim, tinha chegado a hora do silêncio, o século do silêncio, ele estava a iniciar-se com o ruído da fogueira no descampado, rente ao faval raquítico, nas encostas de arneiro onde assentava o quintal da nossa casa. Onde assenta. O silêncio apontava com o dedo o que iria acontecer, apontava o caminho do futuro na terra. O silencia dizia que o céu seria assim. Um grande espaço sem nada, onde ninguém teria recordação de nada, onde não haveria ninguém para se lembrar de nada.”p.136-137

Comentários de leitores do clube de leitura:
 
“Achei o livro triste, e confesso que no início, tive dificuldade de entrar na estória. Li e reli várias vezes os 3 primeiros capítulos. Depois… Livro envolvente… como que por hipnose, não conseguia deixá-lo de lado, queria virar a página.”
“Obrigada por mais este encontro! É muito bom ouvir as percepções de vocês.”
“Obrigada gente. Muito aprendizado.”
“Muito bom participar desse encontro.”
“Obrigada por mais esse belo encontro!
“Agradecendo a todos por mais este encontro. Muito enriquecedor sempre. A leitura de cada livro indicado já é um prazer! O encontro abrilhanta e coroa a leitura! Feliz por participar!
 

Sobre o professor, um dos personagens do romance:

“Era proibido, conforme a ‘cartilha’ do Francisco Dias, ensinar as crianças a pensar. Por esse tamanho pecado, o professor foi escorraçado.”
“Eu ia adorar ter um professor assim, faz falta hoje em dia!”
“O professor que se insere no contexto dos alunos, que traz observação e consciência, que ensina pra vida. Que marcará a vida de seus alunos e a ojeriza dos puritanos, que incomodar a sociedade, a qual quer se manter no seu conservadorismo e conforto.”

Para conhecer a autora:

Lídia Jorge fala de poesia:

Próximos livros e datas previstas para cada discussão:

21- Úrsula. 27/abril/2023
Autora: Maria Firmina dos Reis (brasileira)
 
22- A cor púrpura 25/maio/2023
Autora: Alice Walker (americana)encontros são realizados nas últimas quintas-feiras de cada mês.
 
O tema do clube de leitura “LER PARA TECER AEA-MG” é a leitura de livros de romances escritos por autoras brasileiras e também estrangeiras.
 
“Um clube de leitura é um grupo de pessoas que leem o mesmo livro e se reúnem, de tempos em tempos, para conversar sobre cada uma das obras lidas.”
 
Agradecemos à Terezinha Pereira pelo relato do 20º Encontro do Clube de Leitura Ler para Tecer.
 
Liliana Couto – Leitora
 
Foto de Tela
 
AEAMG