Clube de Leitura LER PARA TECER – 18º Encontro

Prezados(as) Associados(as)

No dia 26 de janeiro de 2023 foi realizado, por videoconferência, o décimo-oitavo encontro do Clube de Leitura LER PARA TECER AEA-MG.

“A bailarina de Auschwitz” foi o livro discutido nesse encontro que contou com a presença de 33 pessoas: 25 leitores do Clube de Leitura, João Gustavo Henriques de Morais Fonseca – convidado especial e 7 associados convidados.

João Gustavo é graduado e mestre em direito pela UFMG e autor do livro “Cooperação Judiciária Processual” (Lumen Juris Editora). Atualmente trabalha como Defensor Público no estado do Amazonas. Viveu na Alemanha em 2014, como intercambista de graduação pelo programa Minas Mundi e teve a oportunidade de visitar os campos de concentração de Dachau e Auschwitz. A presença de João Gustavo muito enriqueceu esse encontro.

Sobre “A bailarina de Auschwitz”

“A bailarina de Auschwitz” é a história inspiradora e inesquecível de uma mulher que viveu os horrores da guerra e, décadas depois, encontrou no perdão a possibilidade de ajudar outras pessoas a se libertarem dos traumas do passado. Edith Eger era uma bailarina de 16 anos quando o Exército alemão invadiu seu vilarejo na Hungria. Seus pais foram enviados à câmara de gás, mas ela e a irmã sobreviveram. Edith foi encontrada pelos soldados americanos em uma pilha de corpos dados como mortos. Mesmo depois de tanto sofrimento e humilhação nas mãos dos nazistas, e após anos e anos tendo que lidar com as terríveis lembranças e a culpa, ela escolheu perdoá-los e seguir vivendo com alegria. Já adulta e mãe de família, resolveu cursar psicologia. Hoje ela trata pacientes que também lutam contra o transtorno de estresse pós-traumático e já transformou a vida de veteranos de guerra, mulheres vítimas de violência doméstica e tantos outros que, como ela, precisaram enfrentar a dor e reconstruir a própria vida. Este é um relato emocionante de suas memórias e de casos reais de pessoas que ela ajudou.

A autora: Edith Eva Eger

A autora nasceu em Kassa, Hungria (hoje Košice, Eslováquia) em 29 de setembro de 1927. Foi bailarina e ginasta até os 16 anos, quando foi enviada a Auschwitz com seus pais e uma irmã. Após sobreviver ao Holocausto, sofreu diversos sintomas de estresse pós-traumático até aos 50 anos, quando iniciou um longo processo de cura. Hoje é doutora em psicologia e já trabalhou com veteranos de guerra e vítimas de trauma físico e emocional. Aos 90 anos escreveu este livro, até então, a atender pacientes na sua clínica, na Califórnia.

Trechos copiados da edição :

Edith Eva Eger (1927). A bailarina de Auschwitz, (romance, narrativas pessoais.) Rio de Janeiro: Sextante, 2019.

“Aqui, no maior cemitério do mundo, não há um único túmulo. Apenas espaços vazios onde antes ficavam os crematórios e as câmaras de gás, apressadamente destruídos pelos nazistas antes da rendição. Os espaços vazios onde meus pais morreram.”p.257

“Hoje, mais de setenta anos se passaram. O que aconteceu não pode ser esquecido, muito menos mudado. Porém, ao longo do tempo, aprendi que posso escolher como reagir ao passado. Posso me sentir triste ou esperançosa, posso ficar deprimida ou feliz. Sempre temos essa escolha, essa oportunidade de controle. Estou aqui, isso é agora, aprendi a repetir para mim mesma, sem parar, até o pânico começar a diminuir.”p.19

“A memória é um solo sagrado. Porém, ela é também mal-assombrada. É o lugar onde a raiva, a culpa e o sofrimento circulam como pássaros famintos revirando os mesmos ossos velhos. É o lugar onde busco a resposta para uma pergunta irrespondível: Por que eu sobrevivi?”p.30

“Eles abrem as portas do vagão de gado e a luz brilhante do sol de maio invade o espaço. Estamos desesperados para sair. Corremos na direção do ar e da luz. Praticamente caímos do vagão, atropelando uns aos outros na ânsia de descer. Depois de vários dias dentro de um trem em movimento incessante, é difícil ficar em pé em terra firme. Tentamos de todo jeito nos orientar – descobrir nossa localização, controlar nossos nervos e nossos corpos. Vejo um conjunto compacto de casacos escuros de inverno numa estreita faixa de terra. Vejo um ponto branco no lenço de alguém ou numa trouxa de tecido com os pertences de alguém, o amarelo das estrelas obrigatórias. Vejo a frase: ARBEIT MACHT FREI. “O trabalho liberta”. Tem música tocando. Papai fica alegre imediatamente.”p.49

“O tempo não cura. É o que você faz com o tempo que cura. A cura é possível quando decidimos assumir a responsabilidade, quando decidimos correr riscos e, por fim, quando decidimos nos libertar das preocupações, tirar da mente o passado ou o sofrimento.”p.291

Comentários de leitores do clube de leitura:

“Só li o início do livro, gostei muito da roda de conversas e quero muito continuar participando.”

“Obrigado pelas ricas contribuições do João, da participação do grupo e da condução sempre simpática da mediadora.”

“Foi tão enriquecedor acompanhar a live hoje…Obrigada. Agradeça muito ao convidado João e gratidão por compartilharem tanto….Sebastião doou tanto conhecimento bacana hoje.”

“Participações de emocionar e entendimentos relatados nos levando à compreensão do livro, muitoooo bons!”

“Quanta contribuição fantástica. Foi muito bom estar com vocês. A cada dia tenho mais certeza da riqueza do Clube de Leitura Ler para Tecer. Vocês estão de parabéns, muito obrigada!”

“Não consegui falar porque estava todo o tempo com os olhos cheios de lágrimas, por razões pessoais e familiares, emoções ligadas ao tema que acompanham minha vida, por ser casada com descendente de alemão, e ouvir absurdos ainda ditos nos dias de hoje. Li duas vezes o livro, em 2020 no início da Pandemia e agora, o que me ajudou a enfrentar problemas atuais ligados ao tema. Gratidão pelas reflexões inspiradas neste livro.”

“Mais uma escolha acertada. Agradeço muito pela escolha e condução do nosso encontro. Sempre enriquecedor.”

“Mais uma noite de muitas trocas e aprendizados! Obrigada a todos!”

“Como sempre tão enriquecedora nossa reunião! Obrigado pela condução amável, pela indicação formidável do livro, por ter trazido um convidado tão engajado! A fala do João foi muito boa! Parabéns! Obrigado a todos que estiveram presentes na reunião, sempre muito boas contribuições.”

“Bom dia amigos do Clube. Ontem foi muito bom o encontro. A minha convidada amou. Não tive oportunidade de falar, mas gostei do livro. O princípio é chocante. Impactante. Muito sofrimento. Com a decisão de se tornar psicóloga ela consegue amenizar o sofrimento. Achei que demorou demais. Mais de 50 anos para se perdoar. Porque, para mim, a questão fundamental na vida dela, foi ela dizer na fila de seleção que aquela era a mãe dela. Estou errada? Obrigada a todos.”

“Bom dia turma! Ontem nosso encontro foi muito emocionante! Agradeço a todos por compartilharem conhecimento, informação e sentimentos! Obrigada!”

“Bom dia amigos. Assisti só a primeira meia hora do encontro. Tive que sair pois estava me sentindo mal. O livro me impactou demais, tanto que ainda não consegui terminar. Sou naturalmente sensível a esse tipo de história mas desta vez estou ainda mais sensível. Não sei se pelo momento – estou escrevendo uma história baseada em minha relação com meu pai e as notícias recentes sobre os ianomâmis, a sensibilidade está ainda maior. Chorei várias vezes lendo o livro. Quero terminar, mas vou devagar. O encontro deve ter sido, como sempre, muito proveitoso. Foi excelente a ideia de trazer o convidado com sua experiência de visita ao local. Parabéns a todos!

“Estou encantada com este Clube de Leitura. Pensei que era ler os livros e trocar ideias sobre ele, mas vejo que vai além disso: é uma troca de informações que envolve cultura, emoções, sentimentos e um jeito muito carinhoso de compartilhar experiências. Estou amando.”

“A Bailarina de Auschwitz, livro que abre o ano de 2023, é tocante, emocionante, impactante, sensibilizante, e muitos outros “antes”… que possa existir, no sentido de nos deixar imensamente comovidos.”

Para conhecer a autora:

Conversa com Bial: https://www.youtube.com/watch?v=lPVRNSZvlt0

A Conversation with Dr. Edith Eger About Moving Forward After Hardship (April 8, 2021):

https://www.youtube.com/watch?v=mGX9QRwa25k

Próximos livros e datas previstas para cada discussão:

  • 19- Um mapa todo seu.
    23 / fevereiro/ 2023.  Autora: Ana Maria Machado (brasileira)
  • 20- A manta do soldado.
    30/ março /2023.  Autora: Lídia Jorge (portuguesa)

Os encontros são realizados nas últimas quintas-feiras de cada mês.

O tema do clube de leitura “LER PARA TECER AEA-MG” é a leitura de livros de romances escritos por autoras brasileiras e também estrangeiras.

Terezinha Pereira – Coordenadora do Clube de Leitura Ler para Tecer

Participe você também! Inscreva-se e venha fazer parte deste grande clube! 


Capa: A bailarina de Auschwitz


Foto da autora: Edith Eva Eger


João Gustavo Henriques de Morais Fonseca


Participante do Clube de leitura: Eneida Oliveira Lima


Participante do Clube de leitura: Maria Célia Godinho Costa


AEAMG